Brandon (Michael Fassbender) é um viciado em sexo. De todo o tipo. Frequenta prostitutas. Frequenta sites pornográficos. Tem uma monstruosa colecção de revistas pornográficas e nem o disco rígido do seu computador de trabalho escapa às suas perversões.
O filme conta um excerto da vida de Brandon. A sua relação com o trabalho e os colegas do mesmo. A sua forte relação com a irmã Sissy (Carey Mulligan a jovem que vimos brilhar em “An Education”) . A sua forte relação com a doença que o aflige. A tentativa de a ultrapassar. Os avanços e os recuos. No fundo “Shame” é uma viagem ao cérebro de um homem perturbado que vive sozinho num apartamento em Nova Iorque.
“Shame” é porventura uma das mais brilhantes interpretações que vi de um actor nos últimos tempos. Fassbender está brilhante. E a forma como Steve McQueen realiza o filme é também brutal .
Qual o problema de “Shame” ? Tem cenas excessivamente provocadoras para as quais as mentes mais sensíveis podem não estar preparadas. Não é aquele tipo de filme que se queira levar a nova namorada para impressionar ou os pais (curiosamente à hora que o vi, o cinema tinha muitos casais de cabelo branco… o que me deixa um pouco preocupado acerca da nossa realidade social).
Penso que não havia necessidade (sim nesse exacto tom) de alguns momentos em que o filme dispara para uma quase pornografia… no entanto, e se já estiverem prevenidos para tal, é um filme que vale a pena ver.
São 2 desempenhos brilhantes e um realizador com um enorme talento. E isso vale o bilhete… mesmo que por vezes nos interroguemos se seria necessário ir tão longe…