Há um passagem na letra de “Absolute Beginners” do David Bowie que diz “As long as we're together…The rest can go to hell” que bem se podia aplicar como subtítulo a este filme (traduzido em francês obviamente).
Este “Le Premier jour du reste de ta vie” foi daqueles filmes que fui adiando a sua visualização. Nunca entendi bem porquê e hoje ainda menos consigo entender porque o fiz depois de o ver , já que mal consegui desviar os olhos do ecrã durante a sua duração. Realizado por Rémi Bezançon, este filme entrou definitivamente no meu “top 10”.
A narrativa é simples. O período de 12 anos na vida de uma família francesa, focando o “primeiro dia do resto da tua vida” de cada uma das cinco personagens principais: Robert e Marie-Jeanne Duval (sim… só com um “L”) e os três filhos Albert, Raphaël e Fleur.
Uma ideia bastante simples mas que soube ser desenvolvida de uma forma apaixonante que nos agarra a toda a história do início ao fim. Com pormenores que podiam muito bem fazer parte da nossa vida e não contem de todo com uma versão “hollywoodesca” do sentido da vida.. É um filme real, cru, fabuloso e duro (e com excelente banda sonora). Tudo embrulhado em excelentes interpretações e com momentos que nos arrancam uma lágrima com facilidade.
Podem ver o trailer aqui.
Um filme do Tarantino é um filme do Tarantino. O estilo está lá. E tirando aquele devaneio até ao momento inexplicável do “Death Proof” , todos os restantes têm selo de qualidade. No entanto para Tarantino há um desafio que ainda não foi superado: fazer algo melhor que “Pulp Fiction”.
Este “Django Unchained” é bom, é Tarantino, tem excelentes actores (Jamie Foxx, Leonardo Di Caprio, Samuel L. Jackson, Christoph Waltz e … Don Johnson), dá um bónus com o “cameo” do Django “original” (Franco Nero) e até à chegada do filme a Leonardo di Caprio e a Candie Land existe uma ameaça que poderia estar aqui um rival para Pulp Fiction…e mais uma vez devido à interpretação da estrela de “Inglourious Basterds”: Christoph Waltz.
No entanto o filme depois entra em velocidade de cruzeiro e assiste-se ao habitual espectáculo de sangue gratuito e menos humor negro. E talvez seja aí que o filme perde um pouco do seu interesse. É um pouco mais do mesmo já anteriormente visto em Tarantino. Substituam Candie Land pelo Teatro Francês em “Inglorious Basterds” e pronto…
Não tenho visto grande atenção dedicada à prestação de Samuel L. Jackson neste filme. Não é o seu melhor “Tarantino” (sim…Pulp Fiction) mas está muito bem.
Para os fans de Tarantino é mais uma vez um filme obrigatório. Para quem não é fan…
Confesso que de todos os títulos que imergiram nas nomeações dos Oscar’s para 2013, este “Argo” era o filme que menos interesse me suscitava.
Parecia-me o típico filme a glorificar uma qualquer intervenção americana no Médio Oriente e pouco mais do que isso. Sim, existe essa “glorificação” (e o final à Hollywood) mas existe muito mais do que isso. Existe uma boa interpretação de Ben Affleck, uma excelente realização de… Affleck e momentos deliciosos com o John Goodman e (sobretudo) o Alan Arkin, que fazem uma dupla de produtores de Hollywood com muito humor e estilo sarcástico.
Depois a história em si. Um falso filme para retirar uns refugiados americanos de uma Teerão a ferro e fogo. Parece coisa de filme, mas foi real. E isso desperta sempre a minha curiosidade. Talvez por as minhas expectativas serem baixas gostei muito deste “Argo”, mas a verdade é que é mesmo um bom filme, diverte, educa e transporta-nos de forma eficaz para um período da história não muito longe mas muito diferente. As imagens reais que são colocadas aqui e ali durante o filme (e no final) ainda embelezam mais a realização.
Muito bom filme.
Ah...e "Argo fuck yourself"