Em principio não seria fácil eleger este filme como o melhor realizado pelo londrino Christopher Nolan. Tentem suster a respiração: os últimos três Batman’s (os melhores de todos),” Inception”, “The Prestige” e para os mais “velhinhos”: “Insomnia” e “Memento”.
Difícil não?
Este “Interstellar” é porventura a obra-prima de Nolan. Não são apenas as qualidades de realização, não são apenas os pequenos detalhes, não é apenas a banda sonora, não é apenas a (mais uma) brilhante interpretação do Matthew McConaughey ou da Jessica Chastain (secundados pela Anne Hathaway e pela pequena Mackenzie Foy), ou pela introdução de mais um robot (TARS) ao rol de personagens mítico-robóticas da ficção científica. É tudo isso e a capacidade de fazer um filme que apesar dos momentos de silêncio, de quietude, de “pausa” não pára de ser emocionante e nos consegue agarrar à cadeira do cinema e manter bem acordados durante as quase as 3h de filme numa noite após um cansativo dia de trabalho. Quase se consegue esquecer a pequena deriva quase no final que apesar de não ser sequer um “twist” (porque o final é esperado e preparado durante todo o filme) parece um pouco enxertada na forma de filmar e como o filme é conduzido.
Talvez seja esse o único ponto em que consigo perceber que exista alguma crítica.
“Interstellar” não é apenas um sério candidato a Oscar… é um filme brilhante cujo o único problema que oferece é a dificuldade que Nolan terá em superar-se.